Porque não Devemos Julgar o Livro pela Capa?

Vou contar-lhe uma história. Um grupo de amigos juntou-se em casa de um deles. Conversa puxa conversa, aperitivo mais aperitivo e umas cervejas à mistura. Um deles pede depois um whisky. O dono da casa vai buscar a garrafa de whisky que tem, leva copos e gelo. O whisky está numa garrafa simples, um dos mais baratuchos. Ao provar, o amante de whisky rapidamente diz que aquele não presta, que não vale nada. O amigo, educadamente, leva a garrafa para a cozinha e verte o conteúdo da garrafa para uma outra garrafa de whisky mais caro que tinha vazia e levou de volta. Consegue adivinhar a reação do amigo ao provar: isto sim, é whisky de qualidade!

Pois é, foi enganado e nem deu por isso. Bastou ver uma garrafa de um whisky caro e assumiu logo que o que estava a beber era de boa qualidade.

Na análise sensorial, o uso de loiça com cores e formatos diferentes para o mesmo produto, influencia o provador e sugere que existem diferenças mesmo que isso não seja verdade. O provador usa todas as informações à sua disposição para fazer a avaliação dos produtos. Pode, por exemplo, avaliar com uma nota mais alta apenas porque o produto lhe foi apresentado num prato mais luxuoso.

É por esta razão que nas degustações de análise sensorial a loiça é branca ou transparente, simples e igual para todas as amostras do mesmo produto.